domingo, 20 de setembro de 2009

Estive caminhando por uma estrada larga.
Parecia-me confortável aos pés.
Sem dificuldades,sem pedras, sem carga.
Porém em passos tortos como de infiés.
Uma multidão seguindo o mesmo rumo...
Sem conhecer o destino.
Havia, ainda, um outro caminho...
Parecia-me estreito, poucos o seguiam.
Talvez ali,eu me sentisse sozinho.
Por que seguir um caminho complicado, aos olhos...
Se há o direito de escolher e optar pelo mais fácil?
Por que não satisfazer as vontades próprias?
Mas continuei a observar o outro caminho...
E vi fé no olhar.
Ainda que imperfeitos, todos conheciam o único destino.
Aquele que está muito acima de todas as adversidades.
E quanto mais apareciam as dificuldades, maior era sua força.
Percebi, então, que o caminho que seguia levaria ao abismo.
Porque, apesar de aparentar ser um caminho agradável,
Havia tanto sofrimento!
Não era possível plantar naquelas terras.
E apesar de tantos seguindo aquele caminho...
Na verdade, ali eu me sentia sozinho.
Porque cada um vivia pra si mesmo em favor da própria vontade.
A reflexão me fez converter esse rumo.
Mas foi um choque, todos estavam contra mim.
E como um muro de concreto tentavam barrar- me na contra-mão.
Mesmo assim perseverei até chegar ao caminho estreito.
Percebi que aquele caminho, na verdade, era luz!
Luz que tentava resgatar do mundo pessoas como eu, que seguia para a morte.
Ninguém vivia para si mesmo.
Ao contrário da estrada larga, todos doavam suas vidas para salvar vidas!
Observando isso, percebi também que ninguém fazia isso para sua própria glória,
Mas para servir o Verdadeiro Mestre!
E todos seguiam em direção a vida eterna.

Um dia eu cheguei a pensar que estava no meu fim,
E que não seria possível mudar meu rumo.
Era caso perdido...
Até ver que o fim pode ser a esperança para um recomeço.
Ainda haverá escolha até o último suspiro.
Tende bom ânimo!
O recomeço pode ser a nova vida que o levará a salvação.
Busque agora no tempo que lhe é dado.
A morte pode parecer o fim, mas é só o começo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"vinte de fevereiro de dois mil e nove"

O amor verdadeiro tudo espera, tudo supera.
Eis o amor que vai além do verão,
Que não é uma mera paixão.
Amor fiel, de alicerce forte.
Nasce, cresce, mas não conhece a morte.
Amor que venceu o sofrimento, o tempo.
Resistiu e se uniu a esperança.
Conquistou seu tão desejado amor numa noite de fevereiro.
E apesar do barulho, só ouvia o som do seu coração...
Semeava então, o amor verdadeiro.
Lembro-me das lágrimas sinceras...
Das poucas palavras diante da espera.
Aquele abraço confortante que me disse tantas coisas.
Não existia ninguém ao meu redor...
Só você e eu.
Nada me importava além daquele momento especial.
Descobri o amor, descobri o homem ideal.
Assim como na noite do dia vinte,
Hoje vim-te dizer: te amo!

Lindsey Soren
(Fernando Galvão)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Conheço-me?

- Conhece-tes?
Ou tens um conceito formado de si mesmo?
A mente é uma raposa astuta,
Engana-se se adota toda verdade que nela há.
Se fosse possível conhecermo-nos por absoluto,
Talvez seria possível ver a si mesmo sem reflexo.
Assim como qualquer outro nos vê.
Será que és um estranho para si mesmo?
Será que esse tal que dizes ser, é apenas o molde?
Não podemos ser quem queremos ser.
Se assim fôssemos, seriamos previsíveis.
E por tantas vezes surpreendemos a nossa própria identidade.
Como se houvesse muitas personalidades em uma única.
Talvez a identidade do indivíduo não exista,
Mas esteja sendo construída...
Já que de tempos em tempos há uma mudança.
Como se fosse uma manutenção eterna que busca a perfeição.
E mantém o sonho de conhecer a si mesmo.
Mas a verdade é que ninguém se conhece.
Apenas molda uma identidade de acordo com as exigências a sua volta.
Até se convence de que esta é a sua verdadeira personalidade.
E nunca se pergunta:
Conheço-me?
- Conhece-tes?


Talvez por isso nunca serás o mesmo o tempo todo,
Até o fim da vida.
Assim como seria essa poesia.

Lindsey Soren