quinta-feira, 30 de outubro de 2008

"Um passo"

Os meus passos descrevem meu momento...
Andei desesperada, aflita, com medo da estrada.
Com passos ligeiros ansiosos pelo destino.
E não apenas no ato de andar, mas no estado da minha alma.
Em outros momentos andei mas não estava ali.
Olhava ao redor mas não via nada.
Porque minha mente não estava presente.
E meus passos eram lentos mesmo no meio do caos.
Já vivi momentos em que andei em algum lugar que não sabia onde...
Seguia e voltava, mas não decidia um destino.
Foram meus momentos de dúvida, de ansiedade...
Vivi também momentos felizes de passos saltantes...
Momentos de passos em par em que a amizade me guiava.
Momentos de passos de determinação em que andava sobre pedras e espinhos...
Mas não me rendia a dor porque via além do momento, via a recompensa!
Em cada passo uma descoberta,
Em cada descoberta, sabedoria.
Seja qual for o caminho...
Sempre haverá uma decisão, um passo.

por: Lindsey Soren

"Expectativa"

O que é o esperar?
A ansiedade?
A imaginação consegue afogar a realidade...
E então permite o pensamento ir além do permitido.
Às vezes penso que isso deveria ser proibido.
Talvez dessa forma não haveriam feridas...
Tantas vezes me senti iludida...
Por culpa de mim mesma!
Como se decepcionar com um grande amor...
Que na verdade nunca existiu!
E mais uma vez meu pensamento me iludiu...
Esperar pra que?
Não quero pisar em território duvidoso.
Uma vez invadido, não há retorno.
Meu pensamento é perigoso...
E quando é tarde demais, a esperança me deixa em abandono.
A expectativa é traiçoeira!
Como uma ribeira...
Parece ser clara, transparente e atraente...
Mas no fundo tem pedras e buracos...
E nela se afoga a mente.
Não consigo atingir a superfície.
Fui tão néscio ao acreditar na fantasia...
E mesmo assim ainda sou vítima todo dia.
Aqui estou, na expectativa...
Como hei de finalizar essa poesia?
Estou me afogando mais uma vez,
E ela continua viva!
Eis aqui a expectativa!

por: Lindsey Soren

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"Mente antagonista"



Dias de ontem...
Tempo em que a tempestade era incessante,
E minha tranqüilidade parecia distante...
Passaram-se dias ríspidos,
Sentia que seguia um esguio...
Um eterno esguio sombrio.
Mas ainda sim, mantive meu brio.

Dias de ontem...
Aqueles em que ao anoitecer ansiava pelo amanhecer.
Porque às vésperas da inconsciência...
Torturava-me com pensamentos aflitivos.
E assim foram os dias sucessivos...
Ontem eu tive até saudade do futuro.
Como se estivesse em cima do muro,
A olhar o que poderia vir, o que eu conseguiria atingir...
E então sentir falta de tudo aquilo que vivi pra conseguir.
Por um momento senti estar vivendo o resultado do meu vigor...
Parecia uma história repetida.
Mas logo voltava a realidade...
E sentia a insegurança ao lembrar do esguio.
Aparentava ser penumbra...
E eu inócua.
Me sentia sem alicerce,
Mas tinha o preceito de construí-lo, vencer a tempestade e seguir adiante.
Parecia assustador,
Parecia impossível.
Hesitei da capacidade por algum momento, mas me atirei ao mar em fúria.

Dias de ontem...
Eu apenas almejava o outro lado da margem.
Foram-se os dias eternos...
Porque minha constância tornou-os imortal.
E toda tempestade se consumiu.
Talvez tudo isso não existiria...
Ou nunca existiu.
Foi apenas a minha mente que me iludiu.

por: Lindsey Soren